Veículo: O Jornal de Hoje

Tipo: Jornal impresso

 

Fundação Rampa recebe doação de bomba encontrada submersa

 

Nesta semana, a Fundação Rampa (Frampa) recebeu a doação de uma bomba remanescente da guerra encontrada no litoral da capital, medindo um metro e podendo pesar 50 kg, quando armada. O representante da Fundação Rampa, Marinho Neto, revelou a possibilidade de existir, além de bombas, veículos inteiros, como aviões, carros e tratores, submersos em locais mantidos em segredo, mas alvo de estudo da fundação. "Nosso receio é que esse material seja perdido ou que pessoas passem a mergulhar sem instrução adequada, colocando suas vidas em risco. Não sabemos se essas bombas estão ativas ou não", alerta o representante da fundação.

Ele afirmou que o foco do grupo é resgatar a história, passando para as próximas gerações esse conhecimento, porém, de forma responsável e técnica. Marinho adiantou que a bomba doada teria sido usada no início da década de 40 e agora, bastante enferrujada, deverá passar por uma recuperação. "Vamos enviar o material para Recife, provavelmente, para ser recuperado. Essa bomba passou no mínimo 60 anos debaixo d'água e outros dez anos na mão do seu protetor particular, que decidiu nos doar. Descobrimos as cores originais, basicamente vermelho e amarelo", relata Marinho.

Essa bomba foi encontrada por acaso durante um exercício de instrução de mergulho do Corpo de Bombeiros. O comandante da instituição, o coronel Cláudio Christian Bezerril prefere manter o local em segredo pelos mesmos motivos de segurança, lembrando que o material bélico esta a uma profundidade de 15 metros. De acordo com ele, no exercício os alunos deveriam descer 10 m e retornar a superfície, contudo, metros antes de alcançar a marca ele e outros mergulhadores perceberam o objeto no fundo da água, junto de outros dois idênticos. "Não podemos dizer onde é, pois seria um risco, tendo em vista que se essas bombas ainda estiverem armadas são potencialmente perigosas. Imagine se todo mergulhador curioso fosse ate lá e ficasse manuseando. Não é seguro", alerta o coronel.

A Fundação Rampa esta viabilizando um novo mergulho, sob a supervisão do Corpo de Bombeiros, para os próximos meses no local, apenas para observar e tentar identificar a origem destas bombas, assim como outros destroços. Informações iniciais da fundação apontam que a bomba, quando em uso, teria um poder de destruição médio, o suficiente para destruir um quarteirão.