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MEMÓRIA

 

 

109 anos da morte de Augusto Severo

 


“Os pequenos gestos são engrandecidos pela vontade de quem os faz”. Esta frase marcou a homenagem ao mártir da aviação Augusto Severo, promovida no dia 12 de maio pela Fundação Rampa em Parceria com a Base Aérea de Natal (Bant), lembrando os 109 anos de morte do aeronauta.

Augusto Severo é tido como o patrono da Fundação Rampa e é, oficialmente, reconhecido como mártir da tecnologia aeronáutica pela Força Aérea Brasileira. Seu maior feito foi a dirigibilidade dos balões semirígidos, o que possibilitou o desenvolvimento dos grandes dirigíveis, em especial os alemães Zeppelin e Hindenburg.

Num ato simbólico e ao som da marcha de “silêncio” da Banda de Música da Base Aérea de Natal, a Fundação Rampa depositou flores aos pés da estátua de Augusto Severo, em memória do aeronauta e a passagem do Zeppelin pela capital, quando em 1934, em duas ocasiões, jogou flores sobre a praça Augusto Severo, na Ribeira.

“É lamentável que um ícone da história potiguar não seja lembrado pelas autoridades. A nossa entidade faz o papel de Governo, enquanto isso, as crianças desconhecem nossa história e nosso povo. O Rio Grande do Norte possui uma intimidade com a história. Não é nada abstrato ou distante. Aconteceu aqui”, disse Augusto Maranhão, presidente em exercício da Frampa.
Além disso, os presentes fizeram um minuto de silêncio em respeito a morte do aspirante Danilo Bello Seixas, piloto de A-29 que caiu no município da Grande Natal, coincidentemente na data de morta de Augusto Severo.

“A Fundação Rampa envia aqui seu abraço fraterno aos familiares do piloto e a família Força Aérea, pois sabemos como um fato destes é impactante”, finalizou o diretor.

História

Augusto Severo nasceu em Macaíba, no dia 11 de janeiro de 1864, de onde saiu adolescente para concluir os estudos em Natal, Salvador e, por último, cursar Engenharia no Rio de Janeiro, na Escola Politécnica. Aos 28 anos foi eleito deputado federal, em 1893, ficando no cargo até 1901, um ano antes de embarcar para a França, onde morreu.
Antes de desenvolver o PAX, Augusto Severo dedicou-se e outras invenções, quase todas ligadas à aviação e que contribuíram depois para o voo de Santos Dummont, com o 14 Bis. Um dos inventos bem sucedidos do potiguar foi o balão Potiguarânia, desenvolvido em 1889, com simetria semelhante ao seu balão dirigível mais famoso, aperfeiçoando a dirigibilidades dos aparelhos mais pesados que o ar.
O PAX, paz em latim, era um balão semi-rígido, ou seja, possuía um formato oval e logo abaixo do balão uma estrutura rígida feita com bambus, compondo a nacelli, o que o tornava tão especial para a época. O balão era preenchido com gás hidrogênio, altamente inflamável, com 30 metros de comprimento e podia levar até quatro passageiros, dois tripulantes e dois passageiros, movido por dois motores à gasolina.
No dia 4 de maio de 1902, Augusto Severo havia feito o primeiro teste de voo estático em seu balão, no qual 15 homens seguravam o equipamento com cordas enquanto a potência dos motores era medida, até atingir 120 rotações por minuto das 150 totais, o que foi repetido três duas depois, também, com sucesso.
No dia 11 de maio do mesmo ano, o Ministério da Guerra da França autorizou o voo do PAX, prevendo sua passagem sobre Paris e o campo de Issi-Les-Moulineaux, onde se encontravam acampadas as tropas do Exército francês. No dia seguinte, às 5h, o balão foi retirado do hangar sob as ordens de Severo e orientação do mecânico Georges Sachet, auxiliados pelo inventor Álvaro Pereira Pires, que seria o terceiro tripulante, mas minutos antes de levantar vôo, Severo mandou-o descer do balão.
O Pax levantou voo e por dez minutos realizou manobras antes de se dirigir à Issi-Les-Moulineaux, onde lançaria sobre as tropas do Exército panfletos com os dizeres "O Brasil saúda a França de bordo do dirigível Pax". Contudo, subitamente quando o balão atingia 400 metros de altura, uma explosão envolveu a estrutura que caiu sobre a avenida du Maine, em chamas e tendo como testemunha centenas de curiosos.
No dia 10 de agosto de 1913, foi inaugurada uma placa na rua du Maine, em Paris, com os dizeres: "Aqui morreram, vítimas da ciência, Severo, - o aeronauta brasileiro e seu mecânico, o francês Sachet. Queda do dirigível PAX em 12 de maio de 1902". No dia 12 de maio do mesmo ano, era inaugurada na Ribeira a estátua que permanece até hoje

 


Execução do hino nacional

 


Bisneta de Augusto Severo, Sonia Severo, depositando flores no pedestal da estátua

 


Banda de Música da Bant sob o comando do sub-oficial Alcântra

 


Solenidade atraiu a atenção dos curiosos


Flores depositadas

 


Estátua de Augusto Severo

 

 

 

 

 

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