Em
dezembro de 2007, a Fundação Rampa recebeu em Natal um
visitante ilustre. O militar da reserva do Exército dos Estados
Unidos, Marshall Jamison, o primeiro militar americano a pisar em solo
potiguar, antes mesmo dos norte-americanos entrarem na Segunda Guerra
Mundial. O contato com Jamison, foi intermediado pelo, também,
militar da reserva que serviu em Natal na década de 40 como
fotografo da Marinha, Jack Harrison, contato do atual diretor de Ensino
e Pesquisa da Frampa, Frederico Nicolau, que na época residia
em Rio Preto, interior de São Paulo.
Contudo, como Fred não
poderia vir a Natal, outros membros da Frampa;
Augusto Maranhão e Marinho Neto, cuidaram em assessorar o americano, que
já possuía residência na cidade por ser ex-professor da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Fluente na língua portuguesa, o
contato entre as partes não foi problema, resultando em diversas atividades
conjuntas e trocar de informações pertinentes a Natal durante
a Segunda Guerra.
Marshall tem uma ligação muito forte com a cidade e se considera “natalense
de coração e alma”, por isso retornou diversas vezes pós-guerra
ao ponto de se tornar professor da principal instituição de ensino
superior federal do Estado. O primeiro contato dele com Natal ocorreu em 17 de
dezembro de 1941, o que para ele foi um alívio, pois as ordens originais
era de embarcar para Serra Leoa também conhecida como “cemitério
de estrangeiros”.
Marshall Jamison
Uma
vez no Rio Grande do Norte, ocupando a patente de 2º tenente se tornou “oficial
de controle” ou oficial comandante do Army Air Corps Ferry Command
(ACFC) – Comando de Transporte do Corpo Aéreo do Exército,
em Parnamirim Field. Quando o militar chegou em Parnamirim, observou que
o campo de pouso ainda era utilizado pela Panair do Brasil, Linee Aeree Transcontinentali
Italiani (Lati) e Air France – embora não voasse mais desde
junho de 1940 mantinha uma instalação completa com hangar,
avião e funcionário. Sua função era dar assistência
logística aos americanos que passavam por Parnamirim em direção
ao norte da África. Nessa época, a posição estratégica
de Natal mais uma vez foi reconhecida, tendo em vista que a rota mais curta
e viável para abastecer as tropas que lutavam no front africano
era pelo nordeste brasileiro.
Devido ao seu trabalho de assistências, Marshall ocupou o hangar da Air
France onde montou verdadeiros alojamentos militares, sempre observado por militares
brasileiros que estavam baseados no hangar da Lati, empresa recém expulsa
do Brasil, numa área ainda mantida hoje dentro das instalações
da Base Aérea de Natal (Bant). Desempenhando esta função
ele permaneceu em Natal até julho de 1942, quando comandava 200 oficiais
americanos como capitão do Exército e foi substituído
por um coronel aviador.
Após essa estada, ele retorna mais uma vez no ano de 1943, desta vez como
oficial meteorologista e piloto do Exército Americano, permanecendo por
mais um ano. Depois da guerra, sua admiração por Natal continuou
chegando a residir no Brasil por um longo período e desde que se aposentou
retornou a passeio por diversas vezes.
Marshall na porta de acesso do prédio que abrigava
o Grande Hotel, no bairro da Ribeira, em Natal
Sentado
no que resta da primeira pista de asfalto entre Natal e a Base
Aérea, construída pelos americanos em 1942
Hangar
da Lati, o qual viu em funcionamento quando chegou a Parnamirim
Field, em 1941
Registrando
visita no museu da Base Aérea de Natal (Bant)
Marshall,
então comandante da Bant, coronel Carlos Eduardo, e demais militares
da unidade
Novamento
com os militares, desta vez em monumento do Comando da Bant.
Ao fundo aeronave AT-26 Xavante