Fred e o Ten.Cel. Alemany na pesquisa de
campo
Fundações do hangar de nariz
norte-americano de 1942
Montagem do hangar de nariz
Restos do píer que auxiliava no embarque
e desembarque dos aviões alemães. Ao fundo, os restos da
"Rampa Alemã".
Casas que formavam a vila alemã
Montagem com localização da
vila alemã e estação de rádio
Delimitação das ocupações
do terreno ao longo dos anos
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Quando se fala em
Rampa é comum pensar no prédio de arcos localizado às
margens do rio Potengi, em Natal, remanescente da década de 40,
quando a cidade ganhou sua importância no contexto da Segunda Guerra.
O que poucas pessoas sabem é que a história do local é
bem mais ampla e remonta a década de 30, quando os primeiros vôos
transoceânicos de correio aéreo se tornaram indispensáveis.
Essa história pode ser detalhada no dia 19 de agosto, nas instalações
do 17º Grupamento de Artilharia e Campanha do Exército Brasileiro
(17GAC). A convite do comandante da unidade, o tenente coronel Alemany,
a Fundação Rampa realizou uma pesquisa de campo, apresentando
aos militares parte da história do local, que um dia abrigou alemães
e norte-americanos.
A pesquisa começou pelas fundações do antigo hangar
de nariz da U.S. Navy, utilizado para manutenção das aeronaves
lotadas na base de hidroaviões, hoje conhecida como Rampa. O diretor
de Pesquisa e Ensino da Fundação Rampa, Frederico Nicolau
“Fred”, detalhou aos militares que a base norte-americana
se estendia desde o prédio da Rampa até as proximidades
do Forte dos Reis Magos, possuindo toda a infra-estrutura de base militar,
com alojamentos, enfermaria, paiol, oficinas, pátio de aeronaves
e etc. “Sem dúvida, Vargas e Roosevelt passaram por aqui.
Tem muita história aqui que o Exército desconhece, assim
como a população em geral”, comentou Fred.
Em seguida, a Fundação seguiu para os destroços do
hangar alemão da Lufthansa e do Sindicato Condor, subsidiária
nacional. De acordo com Fred, os alemães foram pioneiros em atividades
aéreas no local, chegando em meados de 1930 e permanecendo até
o início da guerra em 1939. Em 1933, a Lufthansa desenvolveu o
método de lançar os aviões ao oceano Atlântico,
a partir da África, porém, os aparelhos não tinham
autonomia para chegar a Natal, por isso, pousavam no meio do mar e eram
içados por navios especiais. Tais embarcações eram
equipadas com catapultadas que auxiliavam na decolagem dos aviões,
após a tripulação descansar e ser reabastecida. Com
este método, em 1934, é inaugurada a primeira rota regular
de correios aéreo sobre o Atlântico. “Os aviões
da Lufthansa traziam os malotes e partindo do 17GAC a Condor seguia para
o Sudeste. Passaram ainda os dirigíveis Graf Zeppelin e Hindenburg.
Os alemães equiparam o terreno com uma vila de casas e torres de
comunicação. Na pesquisa de campo, a Fundação
Rampa teve o oportunidade de ver as casas originais e as fundações
de outras construções.
O comandante Alemany adiantou que existe o interesse da instituição
em resgatar esta história, lembrando que a importância do
17º GAC vem desde o Brasil colônia, sendo palco de batalhas
épicas entre portugueses, espanhóis e holandeses, pela conquista
do Forte dos Reis Magos.
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